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Nível de CO2 Atmosférico Atingiu um Pico não Visto na Terra em 4 Milhões de Anos

Medições recentemente divulgadas pela NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos) dos níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera mostram que as concentrações desse gás que aprisiona o calor subiram para níveis recordes não vistos pelos cientistas desde a era das leituras modernas.

De acordo com a NOAA, o mês de maio registrou os maiores níveis de CO2 até agora em 2021, com a concentração média de 419,13 partes por milhão (ppm).

“Estamos adicionando cerca de 40 bilhões de toneladas métricas de poluição de CO2 à atmosfera por ano”, disse o cientista climático sênior Pieter Tans do Laboratório de Monitoramento Global da NOAA.

Nível de CO2 na atmosfera
Este gráfico representa a trajetória ascendente do dióxido de carbono na atmosfera, medida no Observatório de Linha de Base Atmosférica de Mauna Loa pela NOAA e pelo Scripps Institution of Oceanography. A flutuação anual é conhecida como Curva de Keeling. Crédito: NOAA Global Monitoring Laboratory

“Se quisermos evitar uma mudança climática catastrófica, a maior prioridade deve ser reduzir a poluição de CO2 a zero o mais rápido possível.”

O novo pico de 419,13 ppm, dizem os cientistas, é a maior média mensal desde que as medições atmosféricas precisas começaram há cerca de 60 anos. Ele foi medido no Observatório Mauna Loa Atmospheric Baseline da NOAA no Havaí.  

Mas a verdadeira escala desse resultado não pode ser medida em décadas, já que você teria que voltar muito, mas muito mais para trás no tempo para encontrar a atmosfera da Terra tão sobrecarregada de CO2 como está agora.

Há quanto tempo? Bem, por volta do período Plioceno, especificamente cerca de 4,1 a 4,5 milhões de anos atrás, diz a NOAA, que foi a última vez que a carga atmosférica de dióxido de carbono foi comparável aos céus poluídos de hoje.

Sabemos disso porque os pesquisadores reconstruíram as concentrações atmosféricas anteriores de CO2 usando métodos de aproximação complexos, como composições de isótopos de carbono encontradas em sedimentos marinhos de vários pontos oceânicos ao redor do mundo e pesquisando antigas e extremamente profundas camadas de gelo nos Árticos.

Os altos níveis de CO2 atmosférico acumulado durante o final do período Plioceno significavam que o mundo era um lugar muito diferente naquela época, cerca de 2 a 3 graus Celsius mais quente em comparação com a linha de base do período pré-industrial.

Naquele período, as regiões polares da Terra eram tão quentes que tinham florestas, e o gelo que mais tarde se formaria na Antártica e no Ártico ainda era água líquida – aumentando os oceanos a um nível do mar 20 metros mais alto do que é hoje.

Os cientistas temem que possamos estar há apenas centenas de anos de um retorno dessas condições uma vez que os ​​níveis de CO2 que temos agora tenham tempo suficiente para aquecer o planeta novamente.

Mesmo antes de chegarmos lá, o aumento projetado do nível do mar até o final deste século poderia ameaçar o deslocamento de centenas de milhões de pessoas – e para muitos que encontram segurança em terra firme, o calor mortal será insuportável, com já visto em partes da Índia durante o verão.

Mas como ter certeza que as medições da NOAA estão corretas?

Outros cientistas estão vendo a mesma coisa.

Medições separadas conduzidas pela Scripps Institution of Oceanography confirmam amplamente os próprios números da NOAA, embora com uma diferença muito pequena – com a equipe do Scripps calculando uma média de 418,92 ppm para maio (acima de 417 ppm um ano antes).

Em pelo menos alguns dias em 2021, de fato, os pesquisadores do Scripps observaram níveis diários superiores a 420 ppm, registrando um outro desastroso recorde na história da humanidade.

Em qualquer caso, os novos resultados pertencem a um contexto familiar e firmemente estabelecido. Eles são apenas a mais recente evidência de uma trajetória inalterada dos níveis de CO2, uma história que nos vemos contando ano após ano, repetidamente.

O que está claro é que, apesar das paralisações da pandemia – e das quedas temporárias na poluição que elas proporcionaram – esse tipo de redução das emissões não foi suficiente para ainda vermos um efeito significativo nas concentrações atmosféricas gerais de CO2, especialmente contra o cenário de carbono natural flutuações de emissão.

Talvez uma queda de 30% nas emissões humanas, durando pelo menos seis meses, possa mostrar um efeito observável, pensam os cientistas. Mas não não conseguimos reduzir esses 30% nem durante a pandemia, durante a qual as emissões caíram apenas cerca de 6%.

E todos os outros sinais dizem que estamos correndo na direção errada de qualquer maneira.

“A última década viu o crescimento [CO2] mais rápido de qualquer década na história humana”, disse o geoquímico Ralph Keeling da Scripps ao The New York Times.

“Portanto, não é apenas que os níveis estão altos, é que eles ainda estão subindo rapidamente.”

Por que o aquecimento global é um fenômeno extremamente importante em termos geopolíticos e para a humanidade em geral?

Algumas das consequências do aquecimento global são obvias como:

– aumento da temperatura em geral

– esse aumento levará a um maior derretimento do gelo nos polos, aumentando o nível do mar e possivelmente inundando cidades costeiras como o Rio de Janeiro, Miami, entre outras

– aumento da temperatura em algumas partes do planeta onde ficará impossível para humanos viverem e prosperarem

Outras consequências secundárias do aquecimento global podem levar a conflitos regionais:

– esse aumento de temperatura extremo levará a migrações em massa de pessoas, o que pode causar conflitos sociais e revoltas na região de saída e destino

– com o derretimento do Ártico, novas rotas de navegação e áreas de navegação serão abertas na região

– como parte da região do Ártico é disputada entre países como a Rússia, os Estados Unidos, Dinamarca, Noruega, e Canadá, o potencial para conflito pode aumentar

– com sinal, já há uma maior militarização do Ártico com os Estados Unidos fazendo voos de bombardeiros estratégicos sobre a região e a Rússia reabrindo várias bases militares na sua costa Ártica

– a China também está mais presente na região, incluindo o Ártico no seu projeto global de desenvolvimento BRI (Belt and Road Project) para reativar a “rota da seda” entre ela (região produtora de bens) e o resto do mundo (região consumidora) com projetos de infraestrutura para facilitar a conectividade global e aumentar a influência geopolítica Chinesa

Quais as possíveis soluções para o problema de aquecimento global/mudanças climáticas

Há muitas possíveis soluções, porém algumas ainda não são tecnicamente possíveis, outras não são politicamente possíveis:

– eliminação considerável do uso de combustíveis fósseis para transporte e energia (petróleo, gás, e carvão)

– renovação da frota de carros de combustão interna por carros elétricos

– aumento de produção de energia com fontes renováveis (eólicas, solares, geotérmica, hidroelétricas, etc..)

– utilização maior de baterias químicas e hidráulicas para armazenar energia renovável

– possível aumento do usa da energia nuclear (fissão nuclear) como forma de energia transitória entre combustíveis fósseis e energia totalmente renovável (ainda há muito debate e controversas sobre o uso de energia nuclear)

– uso de fusão nuclear – energia limpa e quase ilimitada. Porém, a tecnologia ainda não totalmente desenvolvida. O reator multinacional experimental de fusão de nuclear na França, ITER, é uma grande promessa nessa área

– uso maior de hidrogênio para armazenar energia e no transporte de massa como navios e aviões

– redução geral do uso de plástico de uso único

– maior plantio de árvores

– diminuir o desmatamento em geral

– entre muitas outras possíveis ações a nível regional, nacional, e mundial

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