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Presidente do Haiti é Assassinado por Mercenários Estrangeiros

O presidente do Haiti foi assassinado em sua casa na manhã de quarta-feira, dia 7 de julho de 2021. Ele tinha 53 anos.

Jovenel Moïse foi morto em sua residência particular por volta da 1 da manhã, horário local, por um grupo de agressores que supostamente falavam Inglês e espanhol fluente. As principais línguas faladas no Haiti são o crioulo haitiano e o francês.

A primeira-dama, Martine Moïse, também foi ferida por tiros, disse um comunicado do governo.

A casa particular de Moïse fica em Pétion-Ville, um subúrbio de luxo da capital haitiana de Port-au-Prince.

4 dos suspeitos já foram mortos pela polícia do Haiti

Já ao final do mesmo dia, a polícia entrou em confronto com os suspeitos do assassinato do presidente do Haiti, matando 4 e prendendo 2.

Falando em uma estação de rádio local, o primeiro ministro (e possível sucessor) Claude Joseph, disse que o ataque foi realizado por um “grupo de comando armado” que incluía estrangeiros.

De acordo com o embaixador haitiano em Washington, Bocchit Edmond, os assassinos de Moïse alegaram ser membros da Agência Antidrogas dos EUA (DEA) quando entraram em sua residência protegida.

Moradores relataram ter ouvido tiros e visto homens vestidos de preto correndo pelo bairro. Pela o modus operandi que parecia extremamente profissional e as línguas estrangeiras, os assassinos podem ser mercenários estrangeiros

Por que o assassinato do presidente do Haiti é importante?  

O presidente Moïse era profundamente impopular em seu país e enfrentou anos de protestos contra seu governo e pedidos de sua renúncia.

Ele é presidente do Haiti desde fevereiro de 2017, e o país deveria realizar uma eleição geral em 2019, mas ela foi adiada. A eleição está marcada para setembro deste ano, 2021.

Os críticos de Moïse disseram que ele estava agarrado ao poder e argumentaram que seu mandato deveria ter terminado em fevereiro.

Além da eleição, o povo do Haiti também deveria votar em um referendo em setembro sobre mudanças na constituição que dariam mais poder à liderança executiva, o que beneficiaria Moïse.

A mudança para alterar a constituição de 1987 foi apoiada por Moïse, mas foi extremamente impopular e foi adiada duas vezes por causa da pandemia COVID-19.

O ataque aconteceu apenas 24 horas depois de Moïse ter nomeado um novo primeiro-ministro, Ariel Henry, para assumir a chefia do governo e preparar o país para as eleições presidenciais nos próximos dois meses.

O país Caribenho, a primeira república criada por afrodescendentes depois de uma revolução contra o controle francês, é o país mais pobre e um dos mais violentos de todas as Américas.

Essa instabilidade é o reflexo em sua história marcada por ditaduras, convulsões políticas, e intervenções militares estrangeiras.

A última intervenção militar no Haiti pela comunidade internacional foi a “Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti” ou MINUSTAH, que foi liderada pelas tropas brasileiras.

Toda essa instabilidade leva a um constante fluxo de emigrantes/refugiados para países vizinhos, os Estados Unidos, e até o Brasil.

Se houver um vácuo de poder, diferentes grupos podem entrar em disputas pelo poder usando de violência e apoio das muitas gangues armadas presentes no país. Isso levaria a maior contração econômica, desemprego, pobreza, o que eventualmente aumentaria o fluxo de emigrantes/refugiados para toda a América.

Sendo assim, é de interesse dos grandes potencias do continente de estabilizar o Haiti e garantir uma transferência de poder pacífica para que o Haiti não se torne um “estado falido” dentro das Américas.

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