Em geral, podemos ver o que está acontecendo na Ucrânia principalmente por 2 ângulos diferentes. Um ângulo seria a partir da “esfera de influência” da Rússia e o desequilíbrio de poder geopolítico na Europa. Através deste ângulo, se favoreceria principalmente a posição russa.
Por outro lado, pode-se ver este conflito através do ângulo do direito dos países soberanos de decidirem com quem querem se alinhar. Neste caso, as pessoas entenderiam principalmente o lado ucraniano.
Independentemente do ponto de vista que se vê este conflito, seria ótimo se todos pudéssemos resolve-lo diplomaticamente. No entanto, alguém como Putin só entende a linguagem do poder e tenta tirar proveito quando seus oponentes demostram fraqueza.
Como por exemplo. Veja o que aconteceu quando Obama demonstrou fraqueza em não usar força na Síria após o uso de armas químicas…. a Rússia avançou sobre a Síria.
Quando a Turquia começou a utilizar drones na Líbia contra rebeldes apoiados por mercenários russos, a maré virou sem qualquer reação russa importante, mesmo tendo alguns de seus “soldados” mortos pela Turquia no processo.
Quando o Azerbaijão aniquilou completamente as tropas armênias com drones em Nagorno-Karabakh, a Rússia não fez nada. Mesmo a Armênia tendo tropas russas no seu território e fazendo parte de CSTO (OSTC, em português), aliança de segurança conjunta com a Rússia.
Putin acredita que Biden (e os Democratas em geral) são fracos. Ele os está testando e mostrou muito apreço por Trump (uma pessoa que está constantemente demonstrando e transmitindo força, independente de como o julguem).
Se o Ocidente ceder sob a pressão da Rússia, amanhã serão os Países Bálticos que terão “soldados de paz russos” a atravessar as suas fronteiras com o pretexto de defender cidadãos de etnia russa. Como a invasão dos Sudetos por Hitler, pouco antes da Segunda Guerra Mundial prova, um agressor só vai parar de expandir se for confrontado.
A União Europeia sabe disso. É por isso que Ursula von der Leyen (Presidente da Comissão Europeia) e Josep Borrell (Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança) disseram recentemente que a União Europeia (ou os países ocidentais em geral) tem que começar a usar a “linguagem do poder” se não quiser ser intimidada por outros atores e finalmente assim poder alcançar autonomia estratégica.
Como alguém que serviu nas forças armadas e visitou e tem amigos na Rússia e na Ucrânia, eu gostaria muito que todos pudéssemos resolver todos os nossos problemas geopolíticos através do diálogo e da diplomacia. Esse é o mundo que queremos. Infelizmente, esse não é o mundo que temos (e nunca tivemos). Enquanto houver lobos neste mundo, não podemos lidar com eles com as mãos vazias. A “força” ainda é rei. Se a OTAN ceder e deixar Putin decidir quem entra e quem sai da aliança, é o fim da OTAN.
Diplomacia e diálogo devem ser apoiados por forças militares e econômicas para alcançar resultados.
Como a China vê o possível conflito na Ucrânia?
Em relação à China, se os EUA/OTAN mostrarem fraqueza, será um convite para China realmente invadir Taiwan. Mas, uma vez que Taiwan é o maior produtor de semicondutores do mundo, os EUA não permitiria e iria intervir. É uma questão de segurança nacional.
Então, o que acontece na Ucrânia terá repercussões globais, e todos os atores envolvidos sabem disso.
[…] entanto, com mais de 100.000 soldados russos já na Ucrânia, seus ganhos militares até agora não foram […]
[…] a todas as necessidades militares urgentes da Ucrânia e suas reuniões são realizadas na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em Bruxelas, na […]