Com o avanço das tecnologias no último século, há um crescimento na demanda de produtos com mais tecnologia embarcada avançada mais especializados. A indústria de microchips semicondutores representa o futuro de grande parte da indústria.
O principal produtor destes chips é a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC), que detém 53% do fornecimento atual do Mercado para empresas como Apple e Intel. Criada em 1987, com o objetivo de produção para terceiros, a empresa conseguiu receita de 33 bilhões de dólares em 2017 e 440 bilhões de dólares em 2020.
A produção quase hegemônica de microchips de Taiwan tem sido sua vantagem no Mercado e garantia de um acordo informal com os Estados Unidos, para sua segurança e defesa contra a China, o chamado “escudo de silício.”
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o crescimento exponencial de Taiwan economicamente no mercado eletrônico representa “as perturbações na cadeia de abastecimento [e] podem pôr em risco a vida e a subsistência dos americanos,”, já que cria uma dependência de fornecimento.
A TSMC está investindo em seu crescimento e avanço nas tecnologias, com US$100 bilhões a previsão é conseguir chegar a produção de 5 nanômetros de chip, competindo com a única produtora atual desta tecnologia a Samsung Electronics da Coreia do Sul. Com este planejamento, a empresa diz ser capaz de possuir uma presença de 60% no fornecimento do Mercado, que ajudará na reestabilização econômica pós-COVID.
A grande disputa que envolve os microchips de Taiwan é na ambiguidade estratégica dos EUA com o país.
Essa ambiguidade se dá pois os Estados Unidos não podem perder seu principal fornecedor de semicondutores, mas não podem declarar a defesa incondicional de Taiwan já que não querem travar um conflito militar direto com a China. A China possui interesse na produção eletrônica de Taiwan para conseguir avançar enquanto potência hegemônica asiática.
Portanto o que vemos é uma área cinzenta de conflito.
Com o avanço da tecnologia de 5G e 6G, projeto inclusive que possui muito investimento chinês, a indústria de microchips cresce para atender essa demanda (cerca de 5% anualmente).
Isso quer dizer que os Estados Unidos possuem o interesse de um certo compromisso com Taiwan porque, além de precisar de seu fornecimento de chips, há um interesse em impedir o crescimento chinês. Economicamente, a China vem ganhando grande importância e os EUA precisam garantir que as cadeias de valores mundiais que dependem de microchips não sejam afetadas, e que assim não ameacem a principal potência econômica.
Biden possui um investimento grande atualmente em um desenvolvimento da independência industrial, cerca de US$2 trilhões em infraestrutura sendo US$50 bilhões para impulsionar a competitividade de semicondutores. A importância dessa ação é a tentativa de sair desse relacionamento subordinado a Taiwan. Mas ainda assim sua estrutura produtiva demorará muito para, potencial substituir a produção vinda de Taiwan.
Portanto o contrato indireto entre EUA e Taiwan está nas entrelinhas, no qual existem necessidades que somente Taiwan pode ajudar, assim como uma segurança que somente os Estados Unidos podem garantir.