A França Está Se Vingando de Moscou pela Intromissão Russa em Suas ex-Colônias na África

O aumento da influência de Moscou na região africana causou um declínio da influência francesa, evidenciado pela retirada de suas tropas de países como Níger, Burkina Faso e Mali. A França não permanece passiva diante desse avanço, retaliando com uma série de iniciativas destinadas a minar os interesses russos em territórios historicamente alinhados com Moscou na Eurásia, como Armênia, Cazaquistão, Ucrânia e Uzbequistão.

O termo “Françafrique” surgiu da expressão “France-Afrique“, utilizada pelo primeiro presidente da Costa do Marfim, Félix Houphouët-Boigny, em 1955, para descrever os laços estreitos entre seu país e a França. Mais tarde, em 1998, François-Xavier Verschave renomeou pejorativamente esse conceito como “Françafrique” para criticar as supostas atividades corruptas e clandestinas de diversas redes políticas, econômicas e militares franco-africanas, também conhecidas como o neocolonialismo francês.

Françafrique

Desde meados da década de 2010, o Grupo Wagner, uma organização paramilitar (também considerados de mercenários) com ligações estreitas com o governo russo, tem gradualmente aumentado sua presença na África, enquanto a Rússia emprega táticas de guerra híbrida para expandir sua influência na região.

O Grupo Wagner

A intensificação dessas rivalidades pode resultar em uma escalada das tensões regionais e até mesmo em um aumento das “guerras por procuração” (“proxy wars“), contribuindo para a instabilidade e o conflito em várias partes do mundo. Porém, é um jogo perigoso, principalmente quando jogado por duas potências nucleares.

Por que essa disputa regional é importante?