No fim de 2021, dia 25 de Dezembro, o telescópio James Webb, de parceria entre a NASA, a ESA (Agência Espacial Europeia) e CSA (Agência Espacial Canadense), foi lançado pelo foguete Francês/Europeu Ariane-5.
Com uma das tecnologias mais avançadas de observação espacial, o James Webb busca ser a nova fonte de observações históricas sobre a galáxia e o universo, trazendo mais reconhecimento para a aliança no setor espacial entre EUA e Europa.
Qual a diferença entre a NASA e a ESA?
A reconhecida NASA foi criada em 1958, como forma de investimento em avanço tecnológico no espaço pelo Governo dos Estados Unidos. Com o histórico de mais de 200 missões, a agência estabeleceu muito dos parâmetros base sobre a exploração espacial.
Já a ESA, criada em 1975, é uma agência intergovernamental entre 20 Estados-membros da União Europeia mais o Reino Unido e a Suíça, e possui grande reconhecimento principalmente pelo seu Ariane-5 de transporte espacial na estação da Guiana Francesa. Este Ariane-5 permitiu o lançamento do telescópio James Webb de tecnologia da NASA.
A ESA é tão respeitável quanto a NASA no campo aeroespacial, mesmo que não tenha a mesma popularidade. A agência europeia é menor, não tem programa de voo espacial tripulado, porém eles possuem um histórico de sucesso em lançamento de satélites e sondas interplanetárias.
A comparação entre as duas bases é como comparar a Copa do Mundo com as Olimpíadas, que são parecidas em muitos aspectos mesmo que tenham diferenças em suas estruturas, mas ambas bem sucedidas.
Em quais programas espaciais a NASA e a ESA têm parceria?
As duas agência vêm trabalhando em conjunto por conta de seus interesses econômicos e espaciais em comum em diversos projetos, como:
- A construção de uma nave espacial autônoma para pousar em Marte
- Missão Hera, de proteção contra asteroides em possíveis trajetos contra a Terra
- A produção e lançamento do telescópio James Webb
- A parceria com a ESA na Missão Artemis da NASA
A principal logística desta parceria é com relação às estruturas tecnológicas da ESA, fornecendo módulos de lançamento e uso das suas bases espaciais, com o estudo e desenvolvimento da NASA.
NASA e ESA trabalhando juntas no lançamento do Telescópio Espacial James Webb
O Telescópio Espacial James Webb é uma das grandes revoluções do campo científico espacial deste século. Após mais de 25 anos de estudos, o Telescópio possui uma tecnologia avançada de captura de imagens e busca auxiliar o grande e antecessor telescópio espacial Hubble, que já trouxe descobertas como a expansão do universo a partir das imagens captadas de Supernovas.
Sendo o telescópio mais potente já produzido, houve um investimento de mais de US$10 bilhões por parte da NASA, contabilizando por volta de US$12 bilhões com a parceria da CSA e ESA, e mais de 40 milhões de horas de trabalho humano. A produção do projeto foi liderada pela agência americana e lançada pela base na Guiana Francesa da ESA pelo Ariane-5.
O objetivo do James Webb é observar a primeira luz emitida pelo universo (Big Bang), observar o conjunto de galáxias deste universo primitivo e o nascimento das estrelas e dos proto sistemas da galáxia. Com seu lançamento em Dezembro de 2021, somente após seis meses em órbita que ele conseguirá ter sua primeira captação dessas imagens.
Por que é importante essa cooperação entre os Estados Unidos e a União Europeia no campo espacial
A aliança entre os EUA e a União Europeia vêm se aprofundando conforme os anos, formando uma frente concisa como potências geopolíticas do Ocidente. Sua parceria para o avanço no espaço é mais uma das investidas para concretizar esse contrato político.
O espaço é um dos novos campos de demonstração de poder geopolítico, por simbolizar o avanço tecnológico mas também pelo potencial de desenvolvimento que permite (tanto social, de ciência e informação, quanto militar e político).
Ao investirem em diversos projetos juntos pela NASA e ESA, há uma demonstração para o mundo e o cenário internacional que os Estados Unidos e a União Europeia querem fortalecer ainda mais a aliança transatlântica, e que cooperação espacial é parte deste fortalecimento.
Como a cooperação entre a Rússia e a China no espaço afeta a geopolítica neste potencial domínio militar
Os acordos econômicos entre as potências asiáticas Rússia e China vem se aprofundando mais e mais nos últimos anos, incluindo alianças espaciais.
Desde 2011, a China e a Rússia estão com acordos sobre a produção tecnológica espacial. Essa aliança se dá em uma troca antiga, desde a União Soviética, mas que retomou com todas as forças agora em 2021.
Isso se aprofundou e se concretizou com o monitoramento chinês para a GLONASS (Sistema de Navegação Global por Satélite) russo. Além disso, a Rússia concedeu território para satélites da Sut Beidou (sistema de GPS chinês). Enquanto a China possui o capital e a tecnologia, a Rússia possui a experiência espacial e recursos naturais para disponibilizar às pesquisas espaciais.
Em Junho de 2021, os dois países fizeram o planejamento de uma estação lunar conjunta, em uma corrida com o projeto Artemis da NASA.
Essa associação financeira e tecnológica para avançar no espaço pelo Oriente significa um progresso, tecnológico e social, mas também um potencial poder militar e desenvolvimentista que estão investindo e mobilizando.
Portanto, tanto a aliança EUA e União Europeia quanto a da China com a Rússia, mostra uma organização das nações para o avanço de um desenvolvimento no espaço. Os limites da atmosfera não são mais os limites do jogo geopolítico. O espaço é o novo domínio geopolítico e militar do momento.