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9 Passos Realistas para Criar uma Matriz Energética Sustentável (Nacional e Global)

Desligar a torneira ao escovar os dentes, diminuir o tempo de banho e assistir menos televisão. São inúmeras as propagandas que tentam incentivar a população a viver uma vida de forma mais sustentável. O problema é que essas pequenas soluções não chegam ao cerne da questão, muito menos conscientizam realmente sobre os problemas ambientais muito mais profundos que o planeta sofre atualmente.

Além disso, exigir que todos os seres humanos vivam uma vida sustentável é uma realidade utópica. É inegável ser humanamente impossível obrigar, por exemplo, que todos parem de comer carne, que os voos de avião acabem ou que todos andem apenas utilizando transporte coletivo, que por sinal vem perdendo adeptos ao longo dos anos no mundo todo por inúmeros motivos.

Para algumas pessoas, o conforto é algo que elas não querem deixar de ter e levar uma vida sustentável pode significar abdicar de alguns luxos.

Mesmo que políticas públicas fossem criadas para obrigar indivíduos a levarem vidas mais ecologicamente corretas, através da criação de leis e multas, ainda assim seria difícil implementá-las, muitas pessoas dariam um jeito de burlá-las e, novamente, isso não chegaria ao cerne da questão.

São necessárias conscientização reais, para que a população entenda o estado que o planeta se insere, além de mudanças viáveis, colocadas em prática por quem tem o poder de fazer a diferença em grande escala e de solucionar desafios mais complexos no assunto, como grandes indústrias e governos nacionais.

Segundo o Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as emissões de gases do efeito estufa (dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) não param de crescer e, para que o aquecimento global, que já causa inúmeros problemas, como degelo, mudanças climáticas e desequilíbrio ecológico, fique limitado a 1,5°C, é necessário que elas não se desenvolvam mais até 2025. 

Apesar das pequenas mudanças de comportamento individuais serem importantes no processo de melhoria das mudanças climáticas, uma das formas mais realistas de impacto em larga escala e fazer uma transformação, além de tentar uma realidade mais verde é apostando na energia limpa e matrizes energéticas sustentáveis, pois dados do próprio IPCC apontam que as maiores emissões de dióxido de carbono são provenientes de combustíveis e energia fóssil.

Os Benefícios da Energia Sustentável Além do Meio Ambiente

Mesmo que a energia limpa seja algo essencial para a melhora do mundo em que vivemos, é inegável que em alguns governos, os interesses do Estado e do seu próprio país podem acabar se sobressaindo à conscientização ambiental. Entretanto, possuir uma energia sustentável traz benefícios às nações não só em questões ambientais, mas para a soberania energética do país.

São três os pilares de uma soberania energética bem consolidada:

a. o fácil acesso à energia que o país possui: dessa forma, o país não ficará dependente de outros para o fornecimento de energia em seu território;

b. os bons preços: essencial para que a população, principalmente as pessoas mais pobres, não sofram ao utilizar algo tão necessário como a energia;

c. ser produzida de forma sustentável e renovável: sendo quase autoexplicativo, se a energia for sustentável e renovável os pilares A e B serão quase automáticos, além de auxiliar a amenizar os efeitos do aquecimento global no planeta.

Com leis fiscais de produção de energia, a inflação sobre esse tipo de produto caí, ponto positivo para classes menos favorecidas.

Além disso, por mais que a implementação e produção de energia renovável seja mais cara que a de combustíveis fósseis a curto prazo, o cenário a longo prazo vem mudando, pois os combustíveis fósseis são escassos e, cada vez mais países se comprometem a diminuição dos gases do efeito estufa, fazendo o investimento em energia renovável ser um dos pontos mais importantes na questão da soberania energética. 

Mas além dos benefícios climáticos óbvios, há também benefícios geopolíticos, uma vez que uma matriz energética sustentável e consolidada aumenta a soberania energética ao reduzir a dependência dos países produtores de combustíveis fósseis. E, reduzir a dependência a outros países em uma questão tão essencial quanto energia é de extrema importância.

Um exemplo claro disso é da União Europeia, que vem buscando conquistar sua soberania energética estratégica e acabar com a dependência que tem em relação à Rússia através da implementação de energia eólica e importação de outros países.

Com a Guerra da Ucrânia, as tensões crescem ainda mais, pois com a dependência energética, os países da União Europeia ficam dependentes do quase monopólio de fornecimento de Moscou, dando vantagem a Rússia, que pode fazer exigir concessões e acordos que, talvez, esses países não aceitassem se não fossem tão dependentes.

Um dos maiores exemplos de necessidade de independência energética é o caso da OPEC+, que foi criada em 1976 e é administrada atualmente por 12 países. Essa organização consegue controlar o preço do combustível mundialmente conforme segura sua produção e exportação. Por conta da Guerra na Ucrânia, a Rússia diminuiu sua exportação de petróleo, fazendo com que os preços dos combustíveis saltassem exponencialmente.

Sendo o maior país em território e população, a China claramente possui uma grande demanda por recursos energéticos e naturais. Mesmo que o país possua uma das maiores reservas de carvão do mundo, a China está buscando sua independência em relação aos combustíveis fósseis, desenvolvendo tecnologias para obtenção de energia sustentável com destaque na solar e eólica.

Já no Canadá, a matriz energética já é uma das mais limpas do mundo. Mais de 80% de sua produção energética possuem baixa emissão de carbono ou são provenientes de fontes renováveis. Assim como no Brasil, que conta com várias fontes de geração de energia sustentáveis, como rios, ventos e sol. Nos Estados Unidos, a Agência Internacional de Energia prevê que, em 2023, 23% da produção de energia do país venha de fontes renováveis.

Passos Para a Criação de Uma Energia Sustentável

É fato que a criação de uma matriz energética limpa traz apenas benefícios para o país que a adota e para o mundo como um todo, mas quais os possíveis passos que os governos podem tomar para colocar tudo isso em prática? Abaixo, listamos nove passos realistas para a criação de um sistema energético totalmente sustentável nacional e globalmente. 

  1. Ampliação do investimento em fontes renováveis plenas com escala baseando-se nas particularidades de cada país

Se um país está determinado a investir em energia sustentável, é de suma importância que sejam considerados as características geográficas em que ele está inserido, ou seja, é impossível possuir uma boa fonte de energia eólica em locais que não venta com demasiada frequência.

Abaixo estão algumas das principais fontes de energia renovável usadas e quais nações utilizam cada uma delas:

  1. Ampliação do Investimento no Armazenamento de Energia Para Trazer Estabilidade à Rede Elétrica

Um problema que a maioria das fontes de energia renovável traz é que elas são dependentes de forças da natureza que não são constantes. Sendo assim, a produção de energia dessas fontes pode não ser constante, o que traz instabilidade para a rede elétrica. Sendo assim, ter capacidade para armazenar energia produzida em excesso é fundamental para compensar os períodos de baixa ou pouca produção.

Em épocas de seca, por exemplo, é importante que uma hidrelétrica possua recursos armazenados. Quando os ventos não são tão fortes, as usinas eólicas já precisam estar precavidas com energia armazenada para manter a rede elétrica constante.

São quatro as principais formas de armazenar energia sustentável:

  1. Investimento em Energia de Fissão Nuclear Tradicional Para Aumentar a Estabilidade da Rede

A fissão nuclear é a forma mais comum hoje em dia de produzir energia nuclear. É a quebra de um núcleo atômico pesado e instável, que faz com que isso dê origem a dois núcleos atômicos médios. Essa fissão libera nêutrons e uma grande quantidade de energia. A feita a partir do Urânio é a mais conhecida.

As vantagens desse método são o maior controle do processo químico, que não ocorre na fusão nuclear, além da maior estabilidade da rede elétrica, pois os geradores formam uma grande quantidade de energia. Porém, é um processo que gera uma grande quantidade de lixo atômico radioativo e os riscos de acidentes são altos.

No ano passado, a Finlândia, país que tem as usinas nucleares como produtoras de 30% de sua energia, inaugurou uma tumba para descarte de resíduos atômicos que promete durar pelo menos 100 mil anos. A preocupação do país nórdico ressalta ainda mais a preocupação na hora da utilização dessa forma de produção de energia.

Esse processo de geração de energia também é utilizado na produção de bombas atômicas, como a bomba de hidrogênio.

  1. Continuar o Investimento na Tecnologia de Fusão Nuclear

A produção de energia via fusão nuclear comercialmente ainda está em desenvolvimento. Isso porque a Fissão e Fusão Nuclear são coisas diferentes. Na fusão nuclear, dois átomos são combinados para formar um terceiro mais pesado, é no momento da formação desse terceiro elemento que acontece a liberação de energia.

Como vantagens, a energia nuclear tem a não emissão de carbono e a não geração de lixo tóxico e radioativo, além dos seus reagentes estarem presentes no mundo todo e serem praticamente inesgotáveis, sendo este tipo de produção de energia sustentável e de enorme relevância socioeconômica. 

O investimento em fusão nuclear tem mobilizado diversas nações e iniciativas públicas ou privadas, sendo o projeto mais famoso o ITER – International Thermonuclear Experimental Reactor – que possui um reator em construção na França. Além dele, um reator do tipo tokamak foi testado na Inglaterra. O reator chamado de Joint European Torus (JET) conseguiu manter um processo de fusão de cinco segundos.

Entretanto, a fusão nuclear recebe suas críticas. Por mais que ela seja promissora, não há garantia de que sua proposta fará sucesso e, dado o cenário de aquecimento global, críticos consideram que talvez seja melhor investir em energia eólica ou solar.

  1. Eletrificação de Tudo que Pode Ser Eletrificado no Dia-a-dia da Sociedade

Se considerarmos que os primeiros passos serão transformar toda a geração de energia mundial em algo limpo e renovável, a melhor forma de se aproveitar disso seria eletrificando tudo o que pode ser eletrificado, substituindo completamente os combustíveis fósseis nesses equipamentos.

Alguns exemplos de substituições que poderiam se tornar realidade são:

O transporte elétrico traz números otimistas. A venda de carros elétricos, por exemplo, cresceu 43% no mundo todo. Na China, em Shenzhen, uma cidade com pouco mais de 12 mil habitantes, todos os seus ônibus são elétricos.

  1. Usar Hidrogênio Verde em Atividades que Têm um Grande Gasto de Energia e Não Podem Ser Eletrificadas

Infelizmente, nem todas as atividades que consomem combustível fóssil podem ser eletrizadas. Nos meios de transporte é o caso dos grandes caminhões, aviões, grandes barcos e navios de transporte. Além disso, atividades metalúrgicas, de mineração, exploração de gás e petróleo e algumas atividades industriais que necessitam de altíssima energia não podem ser eletrificados.

Então, como essas atividades podem se tornar mais sustentáveis?

A resposta é: através do hidrogênio verde. Ele é produzido a partir da eletrólise da água e utiliza energias renováveis ou de baixa emissão de carbono para sua confecção. Além disso, o hidrogênio verde é fundamental para os países que estão se comprometendo a diminuir os impactos ambientais que vem agravando o aquecimento global.

Algumas empresas e países já buscam essa alternativa. A Airbus, famosa fabricante de aeronaves europeias, já fechou parceria com uma mineradora australiana, com o objetivo de colocar uma aeronave a base de hidrogênio verde para funcionar até 2035.

No meio marítimo, a Maersk já está desenvolvendo embarcações que usam o metanol verde como combustível, produzido a partir do biogás ou hidrogênio verde. Por ser uma das maiores empresas de transporte via água, é um grande passo para o desenvolvimento dessa tecnologia.

Além disso, países que possuem grandes transportes tubulares, usados para transporte de petróleo e gases (gasodutos e oleodutos), podem utilizar de sua estrutura no futuro para o transporte de hidrogênio verde. Atualmente, os Estados Unidos possuem o maior comprimento total de transporte tubular.

Agora, diante da perspectiva de uma possível “corrida do ouro”, com empresas e investidores buscando oportunidades em depósitos de hidrogênio pelo mundo, cientistas franceses acidentalmente identificaram, no final de 2023, uma extensa reserva do gás durante a investigação de metano na Bacia da Lorena, região nordeste da França.

Essa descoberta foi destacada como o maior depósito natural de hidrogênio já registrado, estimando-se que possa abrigar aproximadamente 250 milhões de toneladas, o que seria o bastante para atender à demanda global por mais de dois anos. No entanto, obstáculos como a ausência de um mercado consolidado podem impactar o progresso acelerado da indústria.

  1. Medidas de Curto Prazo que Podem Ser Tomadas Enquanto a Tecnologia Mencionada Não Está Pronta

É fato de que uma revolução sustentável não tem como acontecer do dia para a noite. Os passos e processos para a criação de matrizes energéticas verdes – globais e nacionais – são lentos e graduais. Por conta disso, é necessário fazer uma contenção de danos enquanto a transição acontece, pois o planeta Terra já pede socorro e o aquecimento global atinge picos altíssimos a cada ano.

Nessa transição, indústrias e governos ainda emitirão muito gases poluentes, até para produzir material para baterias e novos transportes que possam utilizar eletricidade e hidrogênio para locomoção. Porém eventualmente é necessário retirar todo esse carbono lançado na atmosfera e existem duas boas opções de como fazer isso:

Primeiro o carbono é capturado através de vários processos químicos, depois ele é transportado por meio de dutos e, por fim, ele é armazenado em formações geológicas que ficam abaixo da terra, como camadas de carvão, aquíferos ou reservatórios de gás.

  1. Diminuição da Emissão de Metano Na Produção de Alimentos

Esse é um problema árduo de se resolver, levando em consideração que comida é algo essencial para nossa sobrevivência e precisa de um processo detalhado para que consumamos coisas de qualidade.

Entretanto, há possibilidades para essa diminuição ocorrer gradualmente em relação à proteína animal. São três os grupos de tecnologias que podem ser usadas para isso acontecer: os que melhoram solo, os que deixam a genética do gado melhor e os que atuam na alimentação.

No primeiro grupo há destaque para o plantio de florestas, com o objetivo de recuperar pastagens que foram degradadas para a criação de gado. Dessa forma, a absorção de carbono pelo solo aumenta e a alimentação do gado também, de forma concomitante.

Já no segundo grupo temos o desenvolvimento de forragens mais nutritivas e seleção de animais que tenham potencial ganho de peso ou produção de leite. Assim, a taxa de metano por cada quilo de carne ou leite produzido diminuiria.

Por fim, no último grupo, o da alimentação, é essencial a adição de suplementos que diminuam a emissão de metano na fase de ruminação na hora que o gado está se alimentando.

Esses três grupos foram apontados no Fórum Metano na Pecuária, realizado em São Paulo, no Brasil.  

Mas todas essas soluções não diminuiriam completamente o metano emitido, sendo uma opção de curto prazo. Algo que poderia mudar realmente a realidade seria substituir grande parcela da proteína animal que consumimos,pela vegetal, pois a produção da proteína animal gera, sozinha, mais da metade da emissão dos gases do efeito estufa, além do agro trazer outros impactos ambientais, como desperdício exacerbado de água.

  1. Impor Banimento de Regulação na Mineração de Criptomoedas em Grande Escala

Muitas pessoas ainda ficam em dúvida sobre o que realmente são criptomoedas. Basicamente, as criptomoedas são um ativo digital, ou seja, só existem virtualmente. Atualmente, existem mais de 20 mil tipos de criptomoedas. 

Quando uma tecnologia surge, é natural para o ser humano ficar encantado, mas é fato que os pontos negativos das criptomoedas ultrapassam qualquer ponto positivo que esse ativo possa ter. Além de facilitar a lavagem de dinheiro e o crime organizado, as criptomoedas também impactam de forma absurdamente negativa no meio ambiente. Portanto, mesmo que esse tipo de investimento tivesse algum retorno real para a população, o estrago ambiental que ele causa não valeria a pena.

A chamada mineração de criptomoedas, onde computadores disputam entre si resoluções de quebra-cabeças, quebra de códigos e algoritmos que dão Bitcoins como prêmios, precisa ser realizada com máquinas potentes e de alto nível. Esses computadores normalmente ficam em galpões com fornecimento de energia e ficam ligados 24 horas. 

Sendo assim, com a maior parte da geração de energia ainda sendo feita por combustíveis fósseis, os impactos ambientais são graves. Estima-se que a rede de Bitcoin, uma das moedas virtuais mais famosas, consuma sozinha mais energia anualmente do que toda a Argentina, segundo pesquisas de Cambridge. 

Além do mais, cada transação de Bitcoin gera mais de 270 gramas de lixo eletrônico, sendo quase 31 mil toneladas por ano. Esses resíduos contêm materiais que podem contaminar o solo e a água onde penetram. Por fim, os materiais tecnológicos ainda são descartados de forma incorreta, trazendo perda de recursos como alumínio, prata, ferro e ouro e fazendo com que mais desses materiais sejam extraídos.

Em suma, é impossível dar passos para criar um planeta mais sustentável com a mineração desenfreada de criptomoedas. 

3 Obstáculos Para Implementação das Políticas Climáticas Realistas

  1. Tecnologia Ainda em Desenvolvimento

Um dos maiores desafios na implementação de uma matriz energética sustentável é a tecnologia que ainda não se desenvolveu o suficiente para suprir as necessidades, que são grandes, dos países. 

Como exemplificado nos tópicos acima, muitas coisas ainda estão em fases de testes e criação, como a maioria dos transportes a base de hidrogênio verde como combustível.

Mesmo que a evolução tecnológica já esteja acontecendo gradualmente e pode evoluir ainda mais com o aumento da fusão nuclear, sabemos que as demandas do planeta são urgentes. Por conta disso, a falta de tecnologia suficiente para que uma expansão de matriz energética sustentável aconteça é um obstáculo enorme.

  1. Jogar Responsabilidade Para os Outros, ou NIMBY “não no meu quintal”

NIMBY é uma expressão em inglês que significa “Not In My Backyard” ou em tradução literal “Não no meu quintal”. Sabe quando você tem aquele vizinho que até aceita mudanças no seu bairro que irão beneficiar a todos, mas não quer que nada seja mudado em seu próprio quintal? É basicamente isso. No caso da geopolítica, as nações são os vizinhos e esse é outro obstáculo na criação de uma matriz energética sustentável. A não cooperação entre países.

Por mais que as nações passem suas imagens de amigas do meio ambiente, a realidade é que muitas são egoístas e, mesmo que a energia renovável tenha diversos benefícios, só pequenas dores de cabeça que esse estilo de geração energética pudesse causar já são impedimentos para que países aceitem implementar esses serviços em seus territórios.

Por exemplo, é comum que países concordem que a construção de usinas nucleares são importantes, mas mesmo assim não querem que isso seja feito em seus territórios. Querem usinas hidrelétricas sem a burocracia de sua construção, entre outros.

É necessário que os países e a população como um todo aprenda a cooperar para chegar em resoluções que beneficiem coletivamente, pois o meio ambiente é um assunto que afeta todos globalmente.

  1. Achar Comum Acordo nas Políticas Climáticas dos Principais Poluidores Mundiais

Segundo uma nova pesquisa de 2019 da Carbon Brief, os países que mais poluíram desde a Revolução Industrial em 1850 são, em ordem decrescente: Estados Unidos, China, Rússia e Brasil. Tudo isso levando em consideração que as principais emissões estão na área da produção de energia.

No Brasil, cerca de 50 mil óbitos por ano são decorrentes da exposição aos poluentes presentes no ar que respiramos. Sendo o quarto maior emissor de gás carbônico do mundo, o país abriga boa parte da maior floresta tropical do mundo, com árvores que têm um importante papel na captura de carbono do ar.

No governo do presidente Jair Bolsonaro, as emissões de gases do efeito estufa atingiram o maior pico desde 2006, segundo dados do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Além disso, as taxas de desmatamento aumentaram até mesmo nas unidades de conservação.

Em 2013, na China, o país vivia um cenário de terror em relação à poluição, tendo dez vezes mais partículas de poluentes presentes por metro cúbico no ar do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Foi no último ano de mandato do presidente Hu Jintao que o país começou as mudanças, substituindo sua principal fonte de energia fósseis por energias renováveis.

Atualmente, o país pretende construir cerca de 150 usinas nucleares por U$ 440 bilhões e em 2021 deu início à construção de novas usinas nucleares, a Tianwan e a Xudapu. A nação com a maior população do mundo também é um dos principais vendedores de carros elétricos.

Nos Estados Unidos, o atual governo de Joe Biden parece um pouco mais preocupado com questões ambientais do que do republicano Donald Trump, que em 2017 retirou o país do Acordo de Paris e em 2021 derrubou uma lei criada por Barack Obama criada para combater as mudanças climáticas.

Atualmente, o governo federal dos EUA assinou o maior pacote climático da história da nação, que chega a U$ 430 bilhões. O principal ponto do texto é a promessa de reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

O país que abriga a cidade de Krasnoyarsk, que possui um dos ares mais poluídos do planeta, sempre teve problemas ambientais. Segundo estimativas de 2018 do Greenpeace, a Rússia produz cerca de 70 milhões de toneladas de lixo por ano, com uma pequena parcela sendo incinerado ou reciclado, além de ser um dos principais emissores de gases do efeito estufa.

Num pronunciamento na 26ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), na Escócia, Vladimir Putin reafirmou o compromisso do país em neutralizar a emissão de gases até 2060.

Entretanto, a invasão do país à Ucrânia não causa apenas problemas sociais e econômicos, mas também ambientais, como poluição sonora e do ar. Resquícios de explosivos pesados se espalham pelo ar, desencadeando problemas respiratórios graves na população. Além disso, mais recursos naturais serão extraídos para reconstrução de cidades, espécies de animais correm risco de extinção e recursos hídricos fundamentais ficam contaminados.

Além de falar dos países mais poluentes, é interessante falar um pouco sobre a questão da União Europeia, que mesmo com vários acordos entre eles ainda competem muito entre si. A criação de uma União de Energia para que os países do bloco econômico colaborassem entre si e criação de estratégias cooperativas no combate ao aquecimento global e geração de energia sustentável, investindo nos equipamentos e tecnologia necessária.

Concluindo… 

Esses foram nove passos viáveis para a criação de uma matriz energética sustentável, sendo uma das melhores maneiras de se lidar com o aquecimento global.

Soluções como essas, que afetem pouco a economia e a qualidade de vida das pessoas de forma negativa são as melhores formas para lidar com as crises climáticas de uma forma pragmática e eficaz. Ou seja, são as nossas melhores apostas.

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